Capítulo 54
Capítulo 54
Dona Duarte abraçava uma criança nos braços, aguardando alguém,
Flavia, quase por instinto, apertou firme os medicamentos e a receita em suas mãos, abaixou a cabeça para passar por Dona Duarte e deixou o hospital rapidamente.
Ao voltar para a mansão, Thales ainda não havia retornado. Ela escondeu os remédios receitados pelo médico e começou a preparar o
jantar.
Aguardou até meia–noite e, ao confirmar que ele não voltaria, comeu um pouco da comida que havia esfriado.
Querido estava sozinha, Flavia preferia não voltar ao quarto para dormir. Gostaria de adormecer no sofá, ouvindo o som da televisão.
Assim que Flavia ligou a TV, o celular de Bianca tocou.
Ela hesitou por um momento, sem entender o motivo da ligação a essa hora, mas atendeu.
O
“Você finalmente atendeu meu telefonema. Onde você tem estado esses dias? Não consigo te ligar, e você também não responde no Whatsapp. Dá uma olhada lá“, disse Bianca antes de desligar.
Flavia abriu o Whatsapp e viu a mensagem de Bianca perguntando por onde ela andava.
Flavia contou uma mentira qualquer.
Bianca enviou uma sequência de áudios: “Que bom que você está bem. Eu fugi da família Tavares. Meu pai congelou todos os meus fundos. Você pode me emprestar algum dinheiro?”
Ao saber que Bianca estava sem dinheiro, Flavia não hesitou em transferir o dinheiro que Thales havia lhe dado à tarde, deixando apenas mil reais para emergências.
Afinal, ela ainda precisaria fazer mais exames.
Flavia perguntou se o dinheiro era suficiente.
Bianca respondeu: “É suficiente, sim. Assim que eu conseguir meu dinheiro de volta, eu te pago.”
Preocupada, Flavia enviou outra mensagem: “Você tem onde ficar?”
Bianca demorou cerca de dez minutos para responder: “Claro que sim. Vou ficar com meus amigos corredores. Temos muitos lugares para ficar, e daqui a alguns dias teremos uma corrida. Você quer vir me ver? Se eu ganhar, não só ganharei um carro como também cem mil. Quando você se divorciar, posso te levar para viajar pelo mundo com esse carro. Que tal?”
Ao ler a última linha, os dedos de Flavia tremeram ligeiramente.
Não era apenas pelas palavras de Bianca; ela se lembrou que, seis ou sete anos atrás, Thales também gostava de corridas de carros.
Ela sempre ia assistir e torcer por ele.
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Quando ela tinha dezoito anos, Thales e outro herdeiro apostaram um carro de corrida vermelho limitado, como um presente de maioridade para ela.
Ele disse que, uma vez maior de idade, ela poderia dirigir, e ele a ensinaria.
No entanto, durante a corrida, nenhum dos dois carros voltou.
Flavia e alguns outros procuraram por eles durante um dia inteiro na base da montanha.
O primeiro a ser encontrado foi o outro herdeiro, cujo carro rolou montanha abaixo, resultando em sua morte trágica, irreconhecível.
Temendo que Thales tivesse sofrido o mesmo destino, Flavia adentrou a floresta, procurando por ele a noite inteira.
Caindo e se machucando, ela finalmente encontrou Thales sob um monte de galhos quebrados. Graças ao seu rápido reflexo de pular do carro e cair sobre uma árvore, que amortizou sua queda, ele sobreviveu.
Naquele momento, ele estava à beira da morte. Flavia enviou uma mensagem e a localização para Rosana, pedindo–lhe que ligasse para uma ambulância.
Enquanto estancava o sangue de Thales, ela o carregou nas costas montanha abaixo.
Apesar de sua figura frágil, carregando um homem de mais de cem quilos através das dificuldades da montanha, ela nunca imaginou que conseguiria levá–lo para fora.
Ele, deitado em suas costas, murmurou em seu ouvido em um momento de delírio: “Se eu morrer, minha pequena muda será intimidada. Por favor, proteja–a por mim.”